22.6.10

FBA. (e ponto final)



Alardear o que é bom não é favorecimento, é justiça. Num país (do)minado pelo derrotismo e pela mediocridade, há exemplos de rigor que nos dão uma consciência animadora dos reais valores que possuímos. Isto diz respeito a uma área, que genericamente designarei por Comunicação, onde, imerso como tantos numa morrinhante realidade, raras vezes me apercebo de que a qualidade (e a seriedade, pois já colaborei com eles) ainda prevalece em alguns redutos por aí espalhados. Depois dos Red Dot Awards e do Silver Award, o atelier de design conimbricense FBA. recebeu mais uma importante distinção que recompensa a sensibilidade dos seus designers e todo o bom-senso investido num projecto.

Para conhecerem mais capas seleccionadas pela AIGA, podem espreitar aqui.

18.6.10

A solitária viagem de José Saramago


“Morrer é, afinal de contas, o que há de mais normal e corrente na vida, facto de pura rotina, episódio da interminável herança de pais a filhos pelo menos desde Adão e Eva.


In As Intermitências da Morte (2005)
"Don Quixote", ilustração de Gustave Doré (1863)

Até sempre, senhor.

Tenho a vida interior de um tremoço




Ondem gastei o saldo todo a falar ao telemóvel com a minha irmã. Hoje sonhei que lhe ligava novamente e que gastava o saldo uma segunda vez.

Será pobreza de espírito ou o meu subconsciente a fugir às responsabilidades?...

O mundo é uma corneta



Eis a melhor exemplificação possível da inanidade das redes sociais. E uma óptima tradução do que sinto em relação à humanidade. Mas não sejamos alarmistas.

16.6.10

No melhor pano...

Há tempos vi no noticiário da RTP2 um destaque à estreia na encenação de Beatriz Batarda, "Olá e Adeusinho", um texto de Athol Fugard (em cena até há pouco no Teatro da Cornucópia). Batarda é uma actriz estimada, de indiscutível talento (que eu já tive oportunidade de testemunhar em "De Homem para Homem") e geralmente interessante nas suas escolhas e intervenções. Por isso estranhei que, numa filmagem dos ensaios, Catarina Lacerda tenha largado, a dada altura, um ruidoso "supônhamos". Um deslize da actriz, pensava eu. Eis senão quando reincide: "supônhamos". Ora bem, excluindo uma (feia) opção estilística associada à caracterização da personagem - embora, creio eu, o substrato literário desta arte não o permita, não ao nível da indução do erro -, fica a insegurança linguística da actriz e da encenadora, que não só deixou passar a falha como permitiu que fosse retransmitida. O que para uma artista com a sua aura é um infeliz pormenor de significativa proeminência.

Virtualidades


Ah, quão gratificante é a internectividade.

Ilustração de Steve Wilson

8.6.10

A lei do penico


O que a expressão "o mundo é um penico" quer realmente dizer, na sua subtil irrisão, é que "o mundo é um penico cheio de gente bem relacionada". Os que não cabem lá, amigos, pelo cano abaixo.

Penico, Museu da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, Rafael Bordallo Pinheiro, séc. XIX

2.6.10

The past will always be in my future



Cause you can't unring a bell, Junior
Aaghhhh
Hurts don't it

Take it like a man

Get it through your head


Suffer

("You can't unring a bell", Tom Waits)

Imagem: "O rapaz que criou raizes porque um dia apanhou uma nuvem", de Jorge Simão

1.6.10

A arte do cu-na-língua


Nunca se deve subestimar o comprimento e a dedicação de uma língua, quando uma figura destacada da hierarquia laboral, com muito apego ao seu buraquinho lustroso, cruza uma veterana profissional de delícias lambeteiras. Podiam era escolher um local mais discreto porque há gente que se impressiona com tamanha pujança. Pode ser que não passe de hoje, já devem ter os calos a doer.

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