31.5.07

Me: "Thankfully"


Foi com erros mas com muita convicção.

Tim Hardaway: "I hate gay people"


Num blog que não saberei bem como definir (bom, sim, optando pela forma curta: uma merda) é relatada a "polémica" provocada há uns meses por um jogador de basquetebol norte-americano - surpresa! -, incisivo na sua verve homofóbica aos microfones de uma rádio qualquer. Ciente de que a estupidez do tipo é proporcional à sua estatura, coíbo-me de comentar e deixo o assunto entregue à pena do igualmente brilhante cronista de serviço, cuja avaliação merece ser lida com denojo. O dito espaço é consagrado ao comentário da vida política norte-americana, o que desde logo é desencorajador, e o seu autor é um suposto iconoclasta que tenta esconder a descendência directa do mais pestilento republicanismo hillbilly, entre ataques directos a Ann Coulter e a transcrição, sem propósito aparente, de citações desta musa da gangrena.

«(CBS4) MIAMI Former Miami Heat superstar Tim Hardaway told a local sports radio show that he “hates gay people,” and he’s gotten a lot of peoples’ attention especially in South Florida. “Disgusting. Having grown up in northern florida, dealing with racism there and desegregating of schools up there,it’s unfortunate you still hear things like that on the radio,” one man told CBS4’s Art Barron outside of a Coral Gables carwash that uses Hardaway’s name as a draw. The manager of the carwash was away and unavailable for comment. Hardaway made the comments while he was being interviewed by Dan Le Batard on 790 the Ticket Wednesday afternoon. The five time All Star was asked how he would deal with a gay teammate. “First of all I wouldn’t want him on my team,” said Hardaway. “Second of all, if he was on my team I would really distance myself from him because I don’t think that’s right and I don’t think he should be in the locker room when we’re in the locker room.” Le Batard took Hardaway to task, pointing out that his comments were ‘flatly homophobic’ and bigoted, but that only seemed to stir up the former point guard. “Well, you know, I hate gay people,” Hardaway said in response to Le Batard. “I let it be known I don’t like gay people. I don’t like to be around gay people. I’m homophobic. It shouldn’t be in the world, in the United States, I don’t like it.” Hardaway spoke to CBS4’s Sports Director Jim Berry Wednesday evening saying, “I don’t condone it. If people got problems with that, i’m sorry. I’m saying i can’t stand being around that person, knowing that they sleep with somebody of the same sex.” Hardaway’s comments come on the heels of a groundbreaking revelation made by former player John Amaechi, who became the first professional basketball player to openly identify himself as gay. Amaechi became only the sixth male atlhlete from one of the four major American sports(NBA,MLB,NFL,NHL) to admit he is gay. Former NFL running back David Kopay , offensive lineman Roy Simmons and defensive lineman Esera Tuaolo just recently came out. Glenn Burke, an outfielder for the Los Angeles Dodgers and the Oakland Athletics in the 1970s, and Billy Bean, a utility player in the 1980s and 1990s, have also come out. No player has ever publicly admitted to being gay while currently playing for one of the four major American sports.

Now let me first say I don’t in any way condone what dude said, however I am just dumbfounded as to why people have an issue with what he said, dude was speaking his mind and he was expressing his honest opinion.There are bastards who mutter to themselves all sorts of racial and ethnic biases.I’m sure there are white folks all over the damm place uttering nigger this and nigger that but they must keep it quiet and hidden to mask their true disdain. I have no problem with gay folks, as a dude I can’t grasp the concept of two nasty, hairy dudes rumbling and grumbling between the sheets, but that’s just me, “hating” someone or some lifestyle is just too mentally demanding. I say I hate liberals, but that tis just me ranting, I do think most liberals are nuts but actually hating them is just counter productive. If there were a world without liberals what would I laugh at? Hardaway unfortunately is just too stupid to realize that uttering “I hate gays” or “I hate niggers” is a career and public relations killer

Deboche às rodelas



The Liars, It Fit When I Was a Kid



The Strokes, Is This It



John Lennon & Yoko Ono, Two Virgins



Pixies, Surfer Rosa



Pulp, This Is Hardcore



Xiu Xiu, A Promise



Sugar Ray, Lemonade and Brownies



Grace Jones, Island Life



Blind Faith, Blind Faith



Basement Jaxx, Remedy

Descobri, no site Shoutmouth, um artigo intitulado "This Is Hardcore: 10 Fleshy Album Covers". Para vos poupar à maçada dos detalhes escritos, aqui ficam as imagens que valem mais do que muitas palavras. Existe uma versão censurada, apesar de tudo. Concordo com o cronista quando diz que não há absolutamente nenhuma razão pela qual queiram ver a versão completa, portanto, se clicarem aqui não digam que não vos avisei.

29.5.07

Patman



Está aqui para reclamar o controlo da situação.

Educação: erros de ortografia servem para "avaliar diferentes competências"



29.05.2007 - 15h29
Lusa

"O Gabinete de Avaliação Educacional justificou hoje a ausência de penalização de erros ortográficos na parte das provas de aferição dedicada à interpretação de texto com a necessidade de se "avaliar separadamente diferentes competências" da língua e "traçar estratégias distintas".

Em declarações à agência Lusa, o director do Gabinete de Avaliação Educacional, Carlos Pinto Ferreira, explicou que a prova de Língua Portuguesa dos 4º e 6º anos testa a compreensão de texto, o conhecimento da língua e a expressão escrita, competências avaliadas em separado para permitir aos serviços da tutela identificar as lacunas dos alunos em cada uma.

"Não faz sentido penalizar a incorrecção ortográfica na primeira parte, quando o que se pretende perceber é se o aluno compreendeu ou não o texto. Se uma dessas perguntas tiver zero porque tem um erro não conseguimos avaliar se o aluno percebeu o texto", disse o responsável, adiantando que, "obviamente", os erros ortográficos, a incorrecção gramatical e a má construção frásica são avaliados e penalizados nas restantes partes da prova.

Segundo Carlos Pinto Ferreira, trata-se de "uma técnica de avaliação" que permitirá ao Ministério da Educação elaborar relatórios para cada escola, nos quais serão identificadas as principais dificuldades dos alunos em cada uma das competências e delineadas estratégias diferentes para as combater.

"Com esta técnica, poderemos vir a concluir que os alunos percebem os textos e a competência de interpretação está a ser bem adquirida, mas que há lacunas graves ao nível da escrita", exemplificou, lembrando que o objectivo das provas de aferição não é avaliar os alunos mas fazer um diagnóstico do sistema de ensino.

O "Diário de Notícias" noticia hoje que "os erros de ortografia não contam para a avaliação", escrevendo que "erros de construção frásica, grafia ou de uso de convenções não são para descontar" nas referidas provas, informação entretanto desmentida "liminarmente" pelo Ministério da Educação.

Cerca de 250 mil alunos dos 4º e 6º anos realizaram na semana passada provas de aferição a Língua Portuguesa e a Matemática, sendo os resultados, pela primeira vez, devolvidos às escolas e afixados em pauta, a 21 de Junho.

Os serviços do Ministério da Educação entregarão em Outubro 30 mil relatórios por turma e por escola, a partir dos quais serão definidos planos de acção com medidas para melhorar o desempenho a Língua Portuguesa e a Matemática."

A bela aurora do porvir*


E andaram a Sociolinguística, a Psicolinguística e outras ciências sociais a labutar arduamente durante anos. Está mais ou menos estabelecido que as crianças adquirem a base das suas competências linguísticas muito cedo e que estas são indissociáveis da evolução no pensamento abstracto. Está decididamente estabelecido, por outro lado, que a compreensão de enunciados escritos e a cognição em geral são tão mais proficientes quanto melhor a criança/ jovem/ indivíduo manejar a língua convencionada, ESCRITA, portanto! Todos os textos são um pretexto aos quais o descodificador deve responder com um domínio adequado dos instrumentos sobre os quais recai a avaliação, e que lhe vão servir para a vida prática, sempre, para transmitir informação e conhecimentos a outros! Quem consegue decifrar um texto se não entende os códigos? Através de abstracção zen ou de metempsicose linguística? Quem consegue transmitir noções e intertextos relativos à informação que é dada se não possui aptidões verbais? “Estratégias distintas” seria classificar os erros por gravidade ortográfica, sintáctica e semântica (três faces do problema) e deles depreender o que dificulta a aprendizagem da Língua. Ou porque ocorrem sistematicamente. Mas é óbvio que têm de ser avaliados em conjunto, no processo de apreensão textual. Em CONTEXTO. Porque não: “A equação está errada mas vamos avaliar as aptidões gráficas do aluno”? Irra! Mais um pretexto para criar analfabetos, ter uma taxa fictícia de sucesso escolar, legitimar a preguiça e fazer de conta que as miseráveis infra-estruturas de ensino, que incluem a má formação generalizada (na faculdade, em casa, nas escolas) e a péssima implementação dos curricula não existem.

Se a língua fosse respeitada, seria bem mais desafiante fazer publicidade em Portugal e os estímulos que poderíamos criar seriam muito mais abrangentes e arriscados. De alguma forma, conseguiríamos promover inteligência. Vender, sim, mas com cabeça!

E é sempre a descer no futuro risonho do país, ao nível da Cofidis (foi a única rima que encontrei mas pareceu-
-me adequada).

(*Desculpa, Pedro, mas sempre achei que acabaria por arranjar uso para este extraordinário título.)

28.5.07

Kudos!



Uma campanha muito inteligente de "guerrilla marketing" levada a cabo pela DraftFCB Portugal.
Claro que também ajuda ter uma agência de Comunicação a aquecer-nos as costas, mas, bom, isso é outra história.

25.5.07

Reset


Seis meses pela frente de nova orientação criativa. Não foi assim há tanto tempo, mas sinto algumas saudades dos layouts antigos e da confusão controlada que nos dava os resultados inesperados. Desde que chegaram as máquinas super performantes andamos todos a tentar automatizar as exigências, a planear militarmente e a perder o sentido de humor. Ainda haverá lugar para um pouco de espontaneidade?

24.5.07

A definição de Cole


Sempre gostei muito de jazz vocal, em particular cantado por senhoras (abro algumas excepções no universo masculino, mas Kevin Mahogany é rei). Não de forma dedicada e entendida, mas sempre com um ouvido desperto. Por exemplo, não morro de amores por Madeleine Peyroux nem por Patricia Barber e já não posso ouvir Jane Monheit (para cuja introdução no mercado português contribuí, num âmbito profissional, obviamente). Seria capaz de, timidamente, recomendar Rosemary Clooney, entre os clássicos, e Dee Dee Bridgewater, Vanessa Rubin e Luciana Souza, entre as mais recentes. Decerto haverá dezenas de outros nomes a aconselhar, mas não possuo conhecimentos para tal. No entanto, um dos primeiros contactos com o género, fora dos cânones, foi feito através dos álbuns de Holly Cole. Não me lembro bem em que circunstâncias, mas penso que o primeiro me terá sido encaminhado por um rapaz prestável e entusiasta, que trabalhava numa loja de discos no centro comercial Golden, em Coimbra. Não me recordo do nome dele, mas foi quem me deu a conhecer Adriana Calcanhoto, quando só ainda tinha um “t” e havia editado o brilhante Enguiço.
Há muitos anos, então (vou perdendo voluntariamente a conta), batia-me forte a frieza desesperada de “Je Ne T’Aime Pas”, de Kurt Weill e Maurice Magre, a melancolia de “Tennessee Waltz”, “Cry (If You Want To) e “Don’t Let the Teardrops Rust Your Shining Heart” (que era muito difícil de reiventar, depois de cantada por Tracey Thorn). “Get Out of Town” e “Don’t Smoke in Bed” eram a definição de cool, que despertavam aquele sentimento de desafio que eu só assumia entre as paredes do quarto. Curiosamente também o ouvi muito entre as paredes do CITAC, no rádio leitor de cassetes lá do burgo, quase sempre sozinho, a horas mortas. Não tinha leitor de CDs em casa, de forma que diligentemente gravava o disco recém-adquirido em casa de alguém mais burguesito e preparava-me para uma verdadeira experiência religiosa. Isto depois da extravagância de o ter efectivamente adquirido. Aquelas músicas eram-me familiares, mas na voz de Holly Cole eram só dela, mesmo só dela, o que raramente voltei a sentir. Don’t Smoke In Bed, do então Holly Cole Trio era um companheiro recorrente e muito inspirador. Dois anos mais tarde, ao ouvir a versão obsidiante de “Temptation”, de Tom Waits, no álbum do mesmo nome, recuperei o gosto e a admiração por Cole, que havia entretanto esmorecido graças ao terceiro disco, de 1991 (anterior a Smoke mas descoberto depois), Blame it On My Youth, que me pareceu carecer ainda de uma identidade tão vincada como a que veio a revelar posteriormente. Voltei a ligar-me a ela de forma irregular em Romantically Helpless (mais uma versão “só sua” de “Don’t Fence Me In”, de Cole Porter), mas desliguei-me a partir de Baby It’s Cold Outside, de 2001. Muitas solicitações, distracções, coisas novas. La vie, quoi.
Por uma vez, todo este sururu crítico à volta do novo álbum homónimo (também conhecido como This House Is Haunted) faz justiça retroactiva que, quanto a mim, deveria ser um bocadinho mais declarada. Talvez tenha prestado pouca atenção, mas sentia que esta canadiana que desenhava e representava as canções de uma forma verdadeiramente original era um tesouro bem escondido. Talvez não fosse, mas não acredito que tenha sido apreciada condignamente durante muitos anos. Bem hajam então os que contribuem agora para a divulgação do trabalho de Holly Cole e fazem renascer em fãs adormecidos como eu a vontade de a reencontrar.

Finalmente é sábado


Havias de ter um Jocel de oitenta euros com problemas de ergonomia e o poder de sucção de um colibri e logo desarreganhavas a taxa. Estou com a Mrs. Electrolux, lá em cima.

Escrita criativa: resultados


"LONDON (Reuters Life! Fri May 4, 2007 3:48PM EDT) - Des'ree boasts worst pop lyric of all time: British singer Des'ree gained the dubious distinction on Friday of being responsible for the worst pop lyric of all time in the world ... ever.

In a fiercely fought BBC Radio poll, she took the prize for: "I don't want to see a ghost/ It's the sight that I fear most/ I'd rather have a piece of toast/ Watch the evening news."

She secured almost 30 percent of the vote in the listener poll conducted by BBC DJ Marc Riley.

The runner-up prize went to Snap for "I'm as serious as cancer/ When I say rhythm is a dancer."

Third place went to Razorlight for the lyric "And I met a girl/ She asked me my name/ I told her what it was."


Michael Fry, lead singer of ABC, had been hoping to land the prize with his lyric "Can't complain, mustn't grumble/ Help yourself to another piece of apple crumble."

"I have been waiting for this kind of accolade for years", Fry told BBC Radio before the result dashed his hopes of dubious immortality. "I would say to anyone writing songs that you shouldn't really put food in song lyrics", he said before finishing in a disappointing fourth place."Foodstuffs and rock 'n' roll just don't go together". Bad lyrics can also just be a case of churning it out. "Sometimes you reach verse three and the car is running outside so you have got to get the thing finished", Fry said. "There is an element of that in the conveyor belt star-making machinery of pop."

Escrita Criativa: apresentação de trabalhos


"There are cringeworthy metaphors and rhymes without reason. Music fans today have the opportunity to choose the line of a song that they find the most grating. The worst pop lyric in the world . . . ever will be announced tomorrow by Marc Riley on his BBC 6 music radio show which begins at 7pm.

As always in such polls, there is controversy over the missing candidates. Despite a late run, there is no place in the top ten for Shakira. She mused on her hit Whenever, Wherever: “Lucky that my breasts are small and humble, So you don’t confuse them with mountains.”

Bernie Taupin is respected as Sir Elton John’s lyricist. Yet “If I was a sculptor, But then again, no” from Your Song is regarded by some as crime on a par with Culture Club’s “War is stupid and people are stupid”.

The Top 10 Worst Pop Lyrics?

1 ABC That Was Then But This Is Now - More Sacrifices than an Aztec priest/ Standing here straining at that leash/ All fall down, Can’t complain, mustn’t grumble/ Help yourself to another piece of apple crumble

2 Snap Rhythm Is A Dancer - I’m as serious as cancer/ When I say Rhythm is a Dancer

3 Human League The Lebanon - Before he leaves the camp he stops/ He scans the world outside/ And where there used to be some shops/ Is where the snipers sometimes hide

4 Razorlight Somewhere Else - And I met a girl/ she asked me my name, I told her what it was

5. Duran Duran Is There Something I Should Know? - And fiery demons all dance when you walk through that door/ Don’t say you’re easy on me you’re about as easy as a nuclear war

6 Oasis Champagne Supernova - Slowly walking down the hall/ Faster than a cannonball/ Where were you when we were getting high?

7 Des’ree Life - I don’t want to see a ghost/ It’s the sight that I fear most/ I’d rather have a piece of toast/ Watch the evening news

8 Black Sabbath War Pigs - Generals gathered in their masses/ Just like witches at black masses

9 Toto Africa - The wild dogs cry out in the night/ As they grow restless longing for some solitary company/ I know that I must do what’s right/ Sure as Kilimanjaro rises like Olympus above the Serengeti

10 U2 Elevation - I’ve got no self control, Been living like a mole now/ Going down, excavation/ High and high in the sky/ You make me feel like I can fly/ So high, Elevation"


("Stop the music. That has got to be the most ridiculous pop lyric of all time", The Times, 3 Maio 2007, Adam Sherwin, Media Correspondent)

Curto-circuito


Se isto é uma corrida de fundo, por que é que está cheia de sprints intermitentes?









(Ilustração: “I have no idea”, de Ivan Kap)

22.5.07

Grande rambóia



Ele está velho, ele está balbuciante, ele está pré-apopléctico, ele abusa dos esteróides para manter a musculatura enturgecente. Isso faz um homem ficar zangado, muito zangado (a ver pelas imagens, mais zangado que nunca). John Rambo está de volta e saúda-vos com olho sofrido e expressão destemida - ou o que quisermos interpretar, é difícil. Ele há gajos que não desistem.



"What?"

No mires aún



(Desenho de Quino)

Grandes esperanças



Matilde e Quido, Silves, 2007.

21.5.07

Lamento



Tão longe, tanto tempo a correr sozinho atrás de mim. Senti todas as texturas ao chão, provei o pó e o calor, raspei as unhas nos teus ombros quando me senti cair, gritei por ti quando peso morto. Levantei-me e corri, corri, corri, circundando-me, dando-me por nada, quando por nada dava tudo, dava tudo, porque queria que me visses, queria que me amparasses, que parasses de me ver correr, correr, atrás de ti, entre as paredes húmidas e o céu rachado, a sangrar na gravilha. Gritasses, saísses da frente, não estivesses onde não pertencias. Eu podia ter dado tudo, mas não dava por nada. Sempre a correr, a correr atrás, sozinho com a minha vida sem ti, agarrava-me já ao chão, à gravilha, às tábuas do soalho, à brisa na varanda, à luz sumida do telhado em losango, à ignorância mais profunda e mais longa. Levantei-me e corri, corri, a olhar para trás, para ir mais longe, sem perder de vista que queria chegar ali. Sem ti, sem fôlego e sem terreno, inevitavelmente sozinho a correr atrás de mim.


Foto: The Road West, Dorothea Lange, 1938

Strike a pose

2



My brain's pumping harder than it should
My mind is floatingly distressed
My speech is disillusioned immunity
I’m all ragged anger

Afflicting my confidence
My life
Me being me.

For now it won't rest and it won't leave peacefully
My emotions are too raw and unforgiving.

It’s just standing there
Shredding its way out
Expecting nothing.


(Pintura de Luke Chueh)

Constant Craving



"Even Through the darkest phase
Be it thick or thin
Always someone marches brave
Here beneath my skin

Constant craving
Has always been

Maybe a great magnet pulls
All souls towards truth
Or maybe it is life itself
That feeds wisdom
To its youth

Constant craving
Has always been

Craving
Constant craving
Has always been

Constant craving
Has always been
Constant craving
Has always been

Craving
Constant Craving
Has always been
Has always been
Has always been
Has always been
Has always been
Has always been"



k.d. lang / Ben Mink

Calor meu

«Au milieu de l’hiver, j’apprenais qu’il y avait en moi un été invincible.»

Albert Camus

10.5.07

Adeus



"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis."

Eugénio de Andrade

(Pintura de Fernando Vignoli)

So many fucking books, so little fucking time


O look Artois






Anúncios de imprensa para a marca de cerveja Stella Artois , nomeados para os D&AD (Design and Advertising) Awards 2007.

Serralves mix: descubra as diferenças




Agora 3 em 1:

A técnica permite a expressão mais imediata e eficaz de ideias pictóricas numa referência contínua que a desloca ainda mais para criar uma realidade feita de cor. Cada desenho surge como um fragmento da ficção que sugere mas da qual diverge na sua composição de traços, estabelecendo um diálogo cada vez mais improvável com a arquitectura existente. Enformado por configurações e constelações que são vistas todos os dias em toda a parte, juntamente com as paredes, o chão e o tecto, cada desenho utiliza o instante como fragmento e transferência das múltiplas situações que associa, desencadeada por energias e por sentimentos próprios.

Vista grossa







70 milhões de dólares. É o preço do apartamento mais caro à venda em Nova Iorque, a penthouse do Pierre Hotel, localizado na 5ª avenida (para se ter uma ideia, é mais caro do que isto). Segundo o site da imobiliária, o apartamento engloba os três últimos andares do prédio – com todos os serviços i(ni)magináveis 24 horas por dia, oferecidos pelo hotel. Tem cinco quartos principais, dez casas de banho e cinco lareiras. Sem contar os quartos de hóspedes e de serviço. A sala de estar, é, segundo o site, "a mais magnífica sala privada do mundo": nada menos que o ballroom original do Pierre Hotel, com pé direito de sete metros e quatro terraços imensos com vista para o Central Park e para a cidade. O site em questão, que oferece aos deslumbrados deste mundo a oportunidade de lubrificarem os seus sonhos fátuos, dá pelo prosaico nome de Pocket Change. É certo que eu de bom grado me lubrificaria num dos terraços da dita choupana, mas há que manter uma certa consistência pequeno-burguesa, por isso afirmo que tudo isto me parece muito mal.

Direcção









Para onde quer que vás, a vida irá atrás de ti.



(Ilustração de Edward Gorey)

Beleza para que te quero



Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhuma atenção. A provocatória iniciativa foi da responsabilidade do jornal Washington Post, que pretendeu lançar um debate sobre arte, beleza e contextos. Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares.

Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares, mas na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria.

A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, indicará que todos nascemos com poesia e esta é depois lentamente sufocada.

"Foi estranho ser ignorado".

Bell, que é uma espécie de sex symbol da clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou Chaconne, de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda Ave Maria, de Schubert, e Estrellita, de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total.

"Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado aos aplausos. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas no metro as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.

O sucedido motiva o debate: foi este um caso de "pérolas a porcos"? É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou tão-só uma opinião? Mark Leitahuser, da National Gallery of Art, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".

Para outros, como o escritor John Lane, a experiência indica a "perda da capacidade de se apreciar a beleza". O escritor disse ao Washington Post que isto não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante".

Comentários transcritos do artigo de Gene Weingarten, publicado no Washington Post
de 8 de Abril de 2007.

Procter & Gamble: Ariel





Submitted by Arisca on Fri, 2007-04-20 10:24.

Here's what you get when you trade simplicity for simpleton thinking.

edit | reply

Agência: Saatchi & Saatchi, Varsóvia, Polónia

Center for Language Studies



Submitted by Arisca on Fri, 2007-04-20 10:15.

Why does the logo have that imperialistic feel to it (an inside joke, maybe)? This is extremely heavy-handed. Could work if it was a cartoon-like campaign with a "fun" feel to it. And fun this is not.

edit | reply

Agência: Leo Burnett, Brasil

Bomber mouse

Nem os EUA com toda a sua expertise no campo do terror e do fantástico conseguiriam tanto com estes modestos recursos e apenas 3 planos. O clip em questão é mais aterrorizador do que qualquer criação cinematográfica recente ou antiga. Protagonizada por um clone do rato Mickey (o Hamas não é reconhecido pelo sentido de humor mas a ironia parece ser apreciada), eis um pedaço do nosso mundo esquizóide. Grotesco, assustador, patético e muito, muito triste. Um feito dentro do género "a realidade é o pior da ficção".

3.5.07

'Tás quase lá


Mais um esforço. E obrigado.

Afinidades electivas?


No Palácio de Cristal, quando o Sol finalmente despontava, uma borboleta pousou-me no braço. Se não for um bom augúrio avanço com um processo judicial.

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