30.11.06

Maria pelo Natal

The water up there



No âmbito de uma campanha para incentivar a poupança, a agência Sukle desenvolveu estes suportes para a Denver Water. Nice.

Arisca, a autêntica

Frémito galináceo



Eis o que acontece quando nos armamos em comentadores de blogs de publicidade: picardias absolutamente desnecessárias. Mas pelo menos alguém está a prestar atenção. Eu respondo pelo nome de Arisca e o “interlocutor” pelo nick de Drunk Dave.

Submitted by Arisca on Wed, 2006-11-15 22:47

Enough of these PETA maniacs already! Yeah, let's all turn vegans and eat boiled roots, avoid animal proteins and embrace subnutrition 'cause the chicks must populate the earth. If you're a 12 year old girl you may find it pertinent. Lame.


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Submitted by drunk dave on Fri, 2006-11-17 18:12.

You are a moron. It's hard to be a vegetarian, which I'm not, but the message not to eat meat is very pertinent, and if you've ever been to a slaughter house or chicken farm, you'd think twice. And the less meat we eat the more we save the planet.
So maybe it's a very important message they have to say, that said, this ad 'aint gonna change perceptions 'cos it's just not strong enough. Sorry. Start again.

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Submitted by Arisca on Thu, 2006-11-30 21:53.

Well, Dave, here's why people like you should join PETA. Would advise you to watch An Inconvenient Truth and then pontificate about saving the planet. By the way... I do avoid meet.


Submitted by drunk dave on Fri, 2006-12-01 01:08.

Point taken. And I'd never join any extreme organisation, but they have the right to advertise, even if you disagree.

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Submitted by Arisca on Fri, 2006-12-01 03:38.

I admit it was an outburst and of course they have the right. Businesswise, agreed, it just isn't strong enough.


Campanha: PETA, FCB Portugal

Forum Crisalide






Com um design arrojado e uma execução exemplar, esta campanha da JWT Itália para a Forum Crisalide, a Associação Italo-Suíça envolvida no combate à anorexia e à bulimia, parece ir buscar inspiração tanto a Joel-Peter Witkin quanto aos filmes da série Saw. Não me parece, porém, que seja o tipo de imaginário que influa no target: raparigas que tendem a ficar enredadas nas malhas ditatoriais da TV e dos anúncios de moda. Criatividade entrópica?

28.11.06

Coimbra PB



Av. Sá da Bandeira. 1979 e o desenvolvimento que se avizinhava.

A meu ver




Um anúncio redondo. Como (quase) todos deveriam ser.

A Publicidade em Tempos de Cólera XI






Campanha: Boardersinn Extreme Shops

A Publicidade em Tempos de Cólera X




Campanha: Pony Luvbird

A Publicidade em Tempos de Cólera IX





Campanha: FLIRT Vodka: "Are You Ready for Tonight?"

A Publicidade em Tempos de Cólera VIII




Campanha: Renault Twingo

A Publicidade em Tempos de Cólera VII




Campanha: Dan Rather Reports, HD Net

A Publicidade em Tempos de Cólera VI






Campanha: Pain Without Borders

27.11.06

A Publicidade em Tempos de Cólera V




Campanha: C'est So Paris - The Parisian Attitude

A Publicidade em Tempos de Cólera IV




Campanha: Heineken Beer

A Publicidade em Tempos de Cólera III




Campanha: Sundek: Deadly Attractive

A Publicidade em Tempos de Cólera II




Campanha: Arena Squalo

A Publicidade em Tempos de Cólera I



Não irei seguramente começar a pronunciar-me acerca dos limites da publicidade nem perorar sobre a validade conceptual das propostas que irão desfilar, mas por razões estritamente estéticas (e tudo o que isso compreende), decidi inaugurar um espaço que privilegia aquilo que considero má publicidade com uma boa – excelente, até – execução. Depois de uma recente troca de impressões sobre o que pode ou não ser de mau-gosto, de acordo com critérios menos universais, partilho aquilo que as marcas ou entidades estão dispostas a mostrar para veicular a mensagem - em última análise, vender. Analisar o contexto criativo e o objectivo / manipulação na criação de atitudes e comportamentos de consumo (proporcionar experiências de que tipo? Aspiracional? Ilustrativo? Subliminar? Choque pelo choque?) seriam premissas interessantes para um debate, envolvendo uma pluralidade de opiniões.
No exemplo presente, é legítimo pedir maior refreio e menos apelo a reacções meramente emocionais? Este debate não terá lugar aqui, mas fica a intenção – e, no mínimo, informação residual para comentar à hora do café. Enjoy.

Campanha: Watch Around Water, Austrália

20.11.06

202

Podem tirar o indivíduo do mundo mau mas não podem tirar o mundo mau do indivíduo


Enviada: quinta-feira, 16 de Novembro de 2006 16:58

Bom… Eu não me deixo impressionar facilmente, muito menos por estratégias publicitárias e também não acredito que haja tantos iconoclastas assim a gostar deste anúncio. Nem sei se é popular (ainda não, pelo menos) ou se terá resultados efectivos. De qualquer modo, para mim é uma vitória quando a publicidade supera os seus limites intrinsecamente untuosos e consegue ser incómoda e transgressora, defendendo um conceito sem concessões e acartando com as devidas consequências: seja a aceitação plena por parte de meia dúzia de loucos ou a rejeição total pela generalidade do público. Mais feliz ainda se consegue, com o seu tom ‘sujo’ e ‘grosseiro’, tornar o produto apetitoso por uma via (quase) só conceptual. É tonto, o humor é absurdo, mas é eficaz. Bottom line, o facto de estarmos a falar dela (com)prova que é eficaz. A VW faz anúncios lindíssimos com uma execução brilhante, ideias base muito bem definidas e copys exemplarmente sintéticos. Mas não me dá vontade de falar deles.

Enfim, as opiniões são como as cerejas (ou como as vaginas?) e é sempre bom partilhá-las. As cerejas!

http://adsoftheworld.com/media/tv/masterly_ham_schilder
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Enviada: quinta-feira, 16 de Novembro de 2006 16:28

Num tom + sério. Acho que é a velha questão do anúncio inteligente/engraçado ou do anúncio eficaz. Se a coisa se resume a vender fiambre às massas, duvido da eficácia deste anuncio (quem sou eu para dizer tal coisa, mas…).

Se for para vender fiambre a um nicho de mercado (que não o grosso da classe média conservadora “não me chateiem dêem-me coisas agradáveis que não me façam pensar” em que me incluo), talvez seja eficaz.

Se for para impressionar uns quantos pares do meio da publicidade e áreas criativas afins a coisa já funciona.

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Enviada: quinta-feira, 16 de Novembro de 2006 15:53

Há dez anos atrás, quando tinha a idade do puto do anúncio, teria achado do caraças. Hoje continuo a achar que coisas destas (note-se que são 4 anúncios com situações muito diferentes – depois envio os outros) são das muito poucas que subvertem as boas-maneiras hipócritas e enfadonhas dos anunciantes de bancos sabujos que espetam com trombas de wannabes em mupis a criar ruído no meu quotidiano. Pode não ter nada a ver com o fiambre, mas quem aprovou esta campanha muito provavelmente tem filhos e/ou sobrinhos, ouve Magnetic Fields, é divorciado, foi gozado na escola, gosta de humor britânico e do stream da velhinha a dar um chuto na criança que correu a net E… nem gosta de fiambre. Não gosto do politicamente incorrecto da questão. Gosto de não haver questão em ser incorrecto. E, concordo, essa paneleiragem devia ser toda executada, de preferência enforcada em gravatas cor-de-rosa. Tenho dito.

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Enviada: quinta-feira, 16 de Novembro de 2006 15:23

Há dez anos atrás (dentro da minha t-shirt do PSR) teria achado fantástico. Hoje na minha camisa às riscas e gravata cor de rosa acho deplorável. Primário. Grosseiro. Sem qualquer tipo de respeito pelos valores familiares. Esta gente, juntamente com médicos que praticam abortos, homossexuais, rappers, e afins deveriam ser queimados.

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Enviada: quinta-feira, 16 de Novembro de 2006 14:57

acho que a teoria do alex está certa. se fosses pai talvez não funcionasse mas como ainda tens esse humor mordaz a coisa funciona.

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On Nov 16, 2006, at 2:54 PM

Eu devo ser mesmo ruim, porque me deu vontade de comprar desta marca…

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Enviada: quinta-feira, 16 de Novembro de 2006 13:00

tadinho... que fiambre mauzão!

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On Nov 16, 2006, at 12:24 PM

Ora aqui está um belo case study. Acho que pode fucionar muito bem com malta sem filhos mas com pais… no way José!!!

Não é humor, é cerúleo


O Gato Fedorento faz-me lembrar um anúncio a uma bebida gaseificada que andou para aí a ilustrar a paisagem urbana apregoando virtudes duvidosas. Adaptado à medida destes jovens comediantes, daria qualquer coisa como: “Sem açúcar, sem calorias, sem corantes, sem conservantes, sem gordura, sem proteínas, sem vitaminas, sem sais minerais, sem sal, sem gás, sem sabor e, porque a malta é mesmo iconoclasta, sem conteúdo!”. A única coisa que sobra é lata. Bastante lata. Com a experiência adquirida, meios à disposição e uma base de fãs alargada à espera de material de qualidade, não seria este o momento para se aplicarem um pouco mais no mister e menos na venda de uma popularidade de fôlego curto? Mesmo considerando, como diz uma amiga minha, que “todos temos a prestação da casa para pagar”, ouçam, rapazes, se querem fazer realmente algo que mude a face do humor em Portugal, esforcem-se mais. Matt Lucas, David Walliams, Julia Davis, Catherine Tate, French & Saunders et ali nem sempre são geniais, mas também não passam a vida a ajeitar o casaco e a gravata, a coçar o nariz e a trocarem one liners baços e autocomplacentes perante uma plateia enlatada. Não nos tomem por tolos, porque o Gato apodrece antes de se justificar tanto hype.

2.11.06

Escrito a cor-de-rosa



Clara de Sousa revelou-nos que, apesar de muitos esforços da sua parte, nunca foi coitadinha. A jornalista, actualmente a atravessar um período complicado, afirma que os rumores não correspondem à verdade e que, apesar de não lhe agradar a situação presente, já consegue lidar com a triste realidade. “Foi-me muito difícil aceitar que nunca iria ser coitadinha e era horrível ler na imprensa que era uma coitadinha, mas isso nunca foi verdade”. A apresentadora do “Jornal da Noite” acrescenta que, embora tenha contado com o apoio dos amigos e da família, decidiu desistir de ser coitadinha e concentrar-se em atravessar estes momentos com a garra que a caracteriza. “Percebi que não ganhava nada em insistir e ouvia as pessoas a acusarem-me de ser coitadinha. Sofria muito com isso, pois era inteiramente falso”. Clara ainda manifesta a esperança de conseguir vir a sê-lo, mas tal dependerá de condições futuras que estão fora do seu controlo. “Espero conseguir”, diz, visivelmente emocionada, “mas tal dependerá de condições futuras que estão fora do meu controlo”. Clara desculpa-se, dizendo que é tarde e que está bem disposta, embora sabendo que o facto de não ser coitadinha pode prejudicar a sua imagem pública, como já prejudicou a sua vida pessoal. “Sei que muita culpa é minha, mas muita culpa não é minha, também”. E é com a garra que a caracteriza que a jornalista, apresentadora do “Jornal da Noite” da SIC, enfrenta estes difíceis momentos, certa de que, um dia, também ela será coitadinha.

Impasse criativo







Ou como custa ganhar o pão.

caGa lumE: não há cave que os aguente



Paco, Wander Rodrigues e Eliene Vicente fumam Gitanes espanhóis e bebericam absinto rosé na cave dos pais de Wander, onde deambulam nocturnamente sobre a intensidade repugnante do apocalyptic-catarro e e o agror voluptuoso dos riffs menstruais de Eliene, evocando o fedor raro e grandioso das tertúlias no Verme Parasita , o bar de todos os encontros, onde escutavam e absorviam o antagonismo controlado de Ol’ Wanna Manna Humbie Shaka Master, príncipe do coaltoasted-bicostal-rudeawakening ska, e a rítmica belamente ábsona dos Status Quo. Na altura não havia o MySpace e os três conheceram-se e partilharam o sémen criamoso através de uma mailing list da Rádio Rexenxão, que emitia a partir de uma cabine montada no WC feminino do liceu que todos frequentavam. Wander Rodrigues ainda não terminou o 11º ano, mas a rigidez das Técnicas de Tradução de Francês têm-no impedido de progredir. Além disso, desempenha funções de programador cultural no Verme Parasita, trabalho que classifica como “um shot de genebra com parafinina e pimenta branca, que limpa a tripa, solta os fluidos criativos e deixa a alma manca”. Paco dava-se a conhecer como “Jobi36”, numa alusão explícita ao líder dos Bon Jovi, banda que hoje renega mas que considerou importante nos seus anos formativos, sobretudo nas aulas de ukelele. Acontecia assim a primeira troca de conceitos e formulações em volta do potrock que mais tarde haveria de marcar o percurso do caGa lumE – assim mesmo, com o “g” e o “e” maiúsculos, em homenagem à marca do desumidificador na cave, que diminui o agressivo mas reconfortante cheiro a mofo. Eliene foi a primeira a gravar uns minutos de ensaio no dictafone do mp3 e a convertê-los para wma no PC, de onde saíram para uma pen Iomega de 128 mb, com a qualidade de som possível. Foi assim que versos envoltos numa neblina bravia de neue deutsche welle com a galhardia gostosa do nhac dan toc cai bien progressista chegaram aos nossos ouvidos:

"Tapa medi! Hée, hée!
Tu, vana, tuna tuna hée hée!
Vago vago vago! Ó,ó,ó!
Tuga uga puga, dá-nos fome! Hée, hée!
A nós, dá-nos sede! Ó, ó, ó!
Dá-nos, dá-nos danos! Hée, hée!
Nós morreremos! Ó, ó, ó!"

O caGa lumE veio para mostrar por que razão não ficou na cave. O próximo passo: um download gratuito no Sapo. Em breve, Paco, Walter e Eliene estarão num patamar condizente com o seu talento. Muito possivelmente, um rés-do-chão.


P.S. Obrigado ao Y e a Mário Lopes por inesgotáveis momentos de inspiração.

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